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Com novo laboratório de análises clínicas, mas déficit de R$ 9 milhões, Santa Casa apresenta projeção para 2026

Entidade usou a Tribuna do Povo e também prestou contas com os números de 2025
Por Vítor Aguiar
sexta-feira, 07 de novembro, 2025 - 12:09
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A Santa Casa de Misericórdia de Itapeva apresentou nesta quinta-feira (6) sua prestação de contas de 2025 e a previsão orçamentária para o próximo ano, com um déficit estimado acima dos R$ 9 milhões. Usando a Tribuna do Povo da Câmara Municipal, o tesoureiro da entidade, Kiko Stuart, apresentou as novidades trazidas pela Santa Casa para otimizar os serviços e aumentar as receitas.

Entre os projetos desenvolvidos pela entidade, Stuart destacou o novo laboratório de análises clínicas, com inauguração prevista para janeiro. “Já está implementado, autorizado e contratado. Estamos em uma fase de distrato do atual contrato com a empresa que faz para migrarmos para o laboratório próprio da Santa Casa, que entra em operação no dia 2 de janeiro. No futuro, também podemos vender esse serviço para as prefeituras, para o AME e abrir portas para a população. De imediato, ganhamos qualidade e velocidade no resultado”.

Segundo ele, esse novo serviço só foi viável por causa da sinergia com o banco de sangue, cuja gestão foi reassumida pela Santa Casa em agosto, com o fim do contrato de terceirização. Além disso, Stuart também deu destaque ao Clube de Benefícios Santa Casa+Saúde, que foi lançado neste mês.

“Até recentemente, tínhamos o (plano de saúde) Santa Saúde, que tivemos que fechar por determinação do Ministério da Saúde. Com isso, uma parte da população ficou desassistida, porque plano de saúde é muito caro. A alternativa que a Santa Casa buscou foi o Clube de Benefícios, no qual você paga um valor pequeno e pode ter a telemedicina, consultas e exames com desconto e descontos em vários pontos comerciais”, explicou.

Outras ações listadas pela entidade incluem a ampliação da clínica de especialidades; o projeto de eficiência energética, com a instalação de energia solar no setor de radioterapia; a nova área de treinamentos e capacitação, que também deve ser aberta à sociedade futuramente para geração de receitas; o projeto Adote 1 Quarto, que já tem parcerias assinadas com 13 empresas da região; e os eventos beneficentes e campanhas solidárias.


O déficit financeiro da Santa Casa

De acordo com os números apresentados pela Santa Casa, a projeção para o fechamento de 2025 é de R$ 117,1 milhões em receitas e R$ 118 milhões em despesas, resultando em um déficit de R$ 932 mil. Para o próximo ano, a estimativa é ainda pior, com R$ 117,3 em receitas e R$ 126,6 milhões em despesas, com um déficit de R$ 9,3 milhões.

Considerando apenas os valores do SUS, o cenário é ainda pior, com projeção de R$ 11,8 milhões de déficit em 2025 e R$ 19,3 milhões em 2026. “A nossa grande preocupação é começar 2026 já sabendo o tamanho do buraco. Apesar de todo o trabalho que nós fizemos, não tem mais de onde tirar. Qualquer dinheiro que se tire das despesas de 2026 vai ter que cortar no atendimento, vai prejudicar a população”, explicou Stuart.

A entidade também apresentou alguns riscos iminentes caso esse subfinanciamento se confirme, como a redução dos serviços SUS, redução de exames e cirurgias eletivas, falta de insumos e medicamentos, atrasos em exames e diagnósticos, evasão profissional, comprometimento de qualidade e segurança e até perda de habilitação para receber emendas.

Os números da Santa Casa em 2025

De janeiro a outubro deste ano, a Santa Casa realizou, via SUS, 8.463 internações, 29.588 atendimentos de urgência e emergência e 5.278 cirurgias, das quais 451 eletivas. O compromisso da entidade é de ainda realizar pelo menos mais 1.120 cirurgias entre novembro e dezembro, com pelo menos 120 eletivas. O que acende alerta na entidade, porém, é o grande atendimento de casos não hospitalares no pronto socorro, como explicou Stuart.

“Esse é um problema que estamos enfrentando. A Santa Casa não deveria estar atendendo (às classificações de risco) azul e verde. São pessoas que deveriam ser atendidos nas Unidades Básicas de Saúde ou na UPA, mas eles chegaram à Santa Casa e, lá, nós temos que atender. Isso compromete o atendimento de quem mais precisa, que é o amarelo, o laranja e o vermelho”. Segundo a entidade, só na última semana, foram mais de 450 atendimentos de pronto socorro de classificação azul e verde, o que representa 52% do total.



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