"Não há risco para a população": Secretários explicam denúncia sobre animais congelados em posto de saúde
Tema entrou em debate na Comissão de Direitos Difusos e Coletivos e Proteção Animal
Por Vítor Aguiar
Publicado em 18/03/2025 18:05
Segundo os secretários, não há nada irregular no armazenamento das carcaças, que acontece em uma parte restrita e isolada, sem acesso por meio da UBS. Mesmo assim, o freezer será transferido para outro lugar ainda nesta semana, apenas para evitar maiores preocupações na população, como explicou Valéria Machado, que chefia a pasta de saúde.
“Eu fico muito tranquila em manter onde está, não gera problema nenhum para a população. Mas se criou esse mal-estar com a população, eu já falei para o Paulinho (Saponga, secretário de meio-ambiente), ‘vou dar o meu freezer para você guardar lá’, mas não teria preocupação nenhuma se ficasse na São Camilo, problema nenhum, nenhum risco de contaminação. Que fique claro, a gente tomou essa decisão para não deixar a população alardeada como foi”.
Ela também apontou que a sala que armazena o freezer é – e continuará sendo – de uso da Divisão de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses, vinculada à Secretaria de Saúde. “Está dentro da área do posto, mas não pertence ao funcionamento do posto. Tem uma entrada individual. A Zoonose tem esse serviço, isso é da Zoonose. Pode guardar? Pode. Estava para a população? Não. É restrito. Só entra o pessoal do vetor”, afirmou.
Segundo Saponga, o freezer em questão está armazenando 14 animais, entre cães e gatos falecidos ou no Canil Municipal (CPA) ou nas ruas de Itapeva, após recolhimento da clínica veterinária contratada (Ciavet). A gestão dessas carcaças é de responsabilidade da pasta de meio-ambiente, que as congela até a empresa responsável pela incineração fazer a recolha.
Mas o vínculo com essa empresa terminou e a nova gestão não pôde assinar um contrato emergencial. Assim, a última recolha foi no dia 17 de janeiro e, a partir de então, ocorreu uma sobrecarga da capacidade de armazenamento da pasta de meio-ambiente. Com isso, chegou-se a um acordo para que o freezer de zoonoses – também exclusivo para o congelamento de animais – suprisse esse excedente, o que começou a acontecer no dia 27 de fevereiro.
O secretário ainda reforçou que os animais congelados não são contaminados por doenças e também não foram vítimas de maus tratos nas dependências do CPA. “São 14 animais, todos com laudo de óbito assinado pelos veterinários. Isso ocorre sempre em canil de grande porte, com mais de 280 animais. Infelizmente, sempre 10% vai acabar indo a óbito, principalmente quando se trata de filhote”.
Por fim, ele também afirmou que a situação é completamente regular. “Meio ambiente e saúde pública andam lado a lado, toda cidade trabalha com esse tipo de carcaça, tem um local de zoonoses para armazenar essas carcaças. Não tem erro naquele local, o freezer está certinho, os animais foram enviados para serem descartados posteriormente, até o contrato ser concretizado (...) O freezer fica em uma seção ao lado da UBS, mas é uma área restrita, ninguém tem acesso. A carcaça fica em um saco de lixo branco, como eles orientam para a retirada”.
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